Antes de tudo, os conceitos

Antes de falarmos sobre o Inventário das Emoções, é importante aprender a diferenciar alguns conceitos que se misturam, mas são diferentes. Dentre eles, de acordo com o Dicionário Michaelis, se destacam:

Sensação: Reação específica provocada por um estímulo externo ou interno, causando uma impressão sobre os órgãos dos nossos sentidos. Por exemplo: um vento no rosto.

Percepção: Capacidade de distinguir por meio dos sentidos ou da mente; inteligência. Por exemplo: um vento frio numa época nublada, que associada a chuva, pode gerar resfriado.

Emoção: Reação afetiva de grande intensidade que envolve modificação da respiração, circulação e secreções, bem como repercussões mentais de excitação ou depressão. Por exemplo: eu sinto a presença de uma pessoa, percebo que é conhecida, eu gosto dessa pessoa e abro um imenso sorriso.

Motivação: Série de fatores, de natureza afetiva, intelectual ou fisiológica, que atuam no indivíduo, determinando-lhe o comportamento. Por exemplo: ao encontrar uma pessoa amada que não vejo há algum tempo, me movimento para abraçá-la.

Fazendo esta diferenciação e deixando o psicologismo de lado, os processos de coaching nos permitem dialogar com nosso coachee para poder fazer um inventário das suas emoções. 

A proposta é trazer a possibilidade de que a pessoa faça um mapeamento, durante um período (por exemplo, uma semana) para perceber como tem estado suas emoções durante este período. 

Como humanos, podemos ter emoções que nos deixam para cima ou reflexivos, ter várias emoções em um dia, mas uma ser prevalente, ou seja, não há uma definição de quantas emoções a pessoa pode ter no dia. Para nosso coachee, o importante é mapear esses estados para que a pessoa possa “perceber” como está e se haverá alguma “motivação” para provocar alguma mudança em sua vida.

Utilizando a mandala de emoções

Como proposta, podemos utilizar uma mandala de emoções, conforme apresentada:

Um próximo passo é propor ao nosso coachee que registre, durante um determinado período, suas emoções. Por exemplo:

Uma vez mapeadas as emoções, coach e coachee dialogam e nosso coachee protagoniza suas considerações, com a observação imparcial do coach, e a partir desse movimento, planejar quais as ações seriam interessantes para manter ou modificar o que foi percebido.

Observando esses passos, parece ser algo simples. No entanto, quando se fala em decisão, é necessário considerar as possíveis dúvidas, limitações, adiamentos, ansiedades ou qualquer outro tipo de comportamento apresentado pelo coachee. 

Neste caso, o coach faz as devidas indagações e verifica o que será decidido pelo coachee. Lembrando que caso o coachee não querer gerar nenhuma nova ação também é uma decisão, e deve ser respeitada.

Que tal fazer um inventário das suas emoções? Se sente apto ao desafio?

Lembrando que conforme descreve a filosofia fenomenológica, nós nunca somos isso ou aquilo, mas podemos “vir-a-ser”. O que mudará são os fenômenos que ocorrem no nosso dia a dia, comuns ou incomuns, que como somos seres sociais, podem nos afetar e/ou ser afetados por nós.